quinta-feira, 31 de maio de 2012

ABSCESSO DENTÁRIO


Abscesso Periapical Sem Fístula (Agudo)


Abscesso periapical é um processo supurativo agudo ou crônico da região  periapical de um dente. O mesmo será dizer que se trata de um inchaço, com pus (supurativo), que ocorre junto à raiz de um dente e que normalmente provoca dores.
A formação dos abscessos pode ter duas causas principais. São elas as cáries ou a agressão dos tecidos próximo dos dentes.
Um dente tem uma parte viva, que é a sua parte interna, designada de pulpa.

Numa cárie há uma agressão da parte viva do dente, onde também existe
uma artéria, uma veia e um nervo. Assim, uma cárie provoca a
infecção da pulpa e vai depois levar à formação do abscesso, porque
a pulpa tem ligação com o exterior do dente através da tal artéria,
veia e nervo.


"A segunda causa pode derivar de um tratamento dentário. Quando
um doente vai desvitalizar um dente, isto é, retirar a pulpa e todo o
tecido vivo do dente, são colocados produtos químicos para
fechar esse “buraco”. Esses produtos podem causar uma
agressão dos tecidos. De qualquer maneira, as cáries constituem a
grande maioria das causas dos abscessos. "


Morte não é impossível
Se os abscessos não forem tratados, podem dar complicações mais graves.
Em situações raras, também originam manifestações sistémicas, ou seja, manifestações para além da zona, que podem ser do foro cardíaco e chegar
até ao ponto de uma septicemia, registando-se uma disseminação daqueles
micróbios através dos sistemas linfático e arterial, afirma o estomatologista.
Estas situações mais graves podem levar à morte do doente.
Estes casos são raros, mas não tanto como se
desejaria. É que ainda há muito boa gente que, devido a algum descuido, não
vai prontamente ao médico e deixa arrastar a situação durante muito tempo.
Outros não vão ao médico por falta de condições econômicas.
Atualmente, o tratamento dos abscessos faz-se à base de antibióticos e da
drenagem do pus no local. O estado em que se encontra o abscesso é
determinante para a escolha do tratamento.
Habitualmente, quando existe um abscesso dentário o dente tem já a pulpa
morta. É um dente já muito destruído e a sua recuperação, mesmo com a
desvitalização e uma prótese fixa, já não tem viabilidade. Então temos de fazer
uma cobertura antibiótica para fazermos a extração do dente.
Se o doente optar por não tirar o dente, ele próprio faz artificialmente um
trajeto para o pus sair para a boca, para a pele ou inclusive para o pescoço e
mediastino originando situações de extrema urgência. É porque se o abscesso
estourar, o pus pode ir para locais onde depois se torna mais perigoso.
 

Abscesso agudo vs. abscesso crônico


Existem dois tipos de abscessos dentários: os agudos e os crônicos.

Relativamente a estes dois tipos, as causas podem ser as mesmas.
É, no entanto, provável que a reação do organismo e o nível de agressão sejam diferentes.
No abscesso agudo a agressão é mais violenta e as defesas do organismo reagem de uma maneira mais intensa, ao passo que no abscesso crônico a agressão pode ser menos intensa e/ou a reação do organismo pode ser mais lenta. Em termos de consequências, são ambos iguais.
No entanto, um abscesso crônico pode desenvolver-se durante meses ou até anos.
O processo crônico habitualmente não dá sintomatologia.
Por esse fato, muitas vezes diagnostica-se quando se faz uma radiografia por outra razão qualquer. Aí, nós vemos que pode já ter um granuloma, ou até já pode existir um quisto com dois, três ou quatro
centímetros.





Abscesso Alveolar Agudo (AAA)



Por definição, o abscesso apical agudo (AAA) é um processo inflamatório agudo, caracterizado
pela formação de pus, que afeta os tecidos que envolvem a região apical, tem evolução rápida e causa dor violenta.

Causas:

O abscesso apical agudo pode ser causado por agentes físicos, químicos e microbianos, que são responsáveis por alterações inflamatórias irreversíveis do órgão pulpar, com posterior infecção.

Os microrganismos que causam a infecção pulpar podem passar do interior do canal radicular para o periápice e causar o AAA.

  O AAA pode desenvolver-se como seqüencia de uma pericimentite apical aguda ou, ainda, de uma rarefação apical crônica, como o granuloma dental e o abscesso apical crônico. Quando o abscesso alveolar agudo se desenvolve a partir da exacerbação de um granuloma apical ou de um abscesso apical crônico, recebe o nome de Abscesso Fenix (o que resurgiu).

Quando em um caso clínico de AAA, a radiografia mostrar uma grande área de rarefação apical, estamos diante de um Abscesso Fenix, porque o abscesso apical agudo não provoca, de imediato, área de rarefação.

Quadro clínico:

A dor e o mal estar provocado pelo abscesso apical agudo tem aumento progressivo e rápido
com características de um processo inflamatório agudo na região do periápice.
A dor é acentuada, pulsátil com formação de pus, dando sensação de pressão na área.
Pode estar presente uma tumefação no fundo do vestíbulo e mobilidade dental.
Sensibilidade extrema à percussão e à palpação.
Os dentes vizinhos podem, também, apresentar-se sensíveis à percussão, porém com
vitalidade pulpar.
O dente pode apresentar resposta positiva ao calor, pois este agente físico pode provocar
expansão de gases.
A radiografia pode apresentar aspecto normal da área apical ou mostrar um ligeiro
espessamento da lâmina dura. Quando uma área de rarefação está presente, pode-se dizer
que ocorreu a agudização de um processo crônico (Abscesso Fenix).
Quando o abscesso apical agudo está confinado na região apical, as manifestações de ordem
geral nem sempre são severas, porém podem estar presentes: bacteremia transitória,
linfadenite regional e elevação da temperatura corporal.
O pus presente na região periapical (fase intraóssea) se não drenado pelo canal, procura o
caminho de menor resistência para exteriorizar-se. Enquanto o pus procura local de escape,
ocorre aumento de pressão sobre o pericimento, provocando dor exacerbada. O pus, se não
drenar pelo canal ou pelo ligamento periodontal, procura perfurar o osso cortical e se
acumula sob o periósteo (fase sub periostal). A seguir passa para a fase submucosa e forma a
fístula.
Exteriorizando o abscesso, a dor severa fica bem atenuada e pode mesmo desaparecer, em
virtude do alívio da pressão.
Casos de exteriorização do abscesso agudo pela superfície cutânea,pode ocorrer fístula cutânea.
Algumas vezes pode ocorrer drenagem via seio do maxilar (empiema) , quando o processo
patológico envolve os dentes superiores posteriores. Também pode-se verificar drenagem do
abscesso na cavidade nasal, quando oriundos de dentes superiores anteriores.

O abscesso apical agudo deriva de uma infecção na cavidade pulpar e o abscesso periodontal,
desenvolve-se via bolsa periodontal.

Nos casos de abscesso periodontal e abscesso gengival o dente pode apresentar-se com vitalidade pulpar.



Tratamento:
Como em todo abscesso, o tratamento do Abscesso Apical Agudo, consiste em se estabelecer uma drenagem oportuna e eliminar a causa.
Se o paciente apresentar febre ou pertubações tóxicas, deve-se administrar antibióticos apropriados para atingir um nível sangüineo alto e rápido. Caso o paciente não seja alérgico, indica-se penicilina. Caso contrário, eritromicina.














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